PRAÇA POENTE – LÚCIO E LUÍS
PLAZA POENTE – LÚCIO E LUÍS
Potira itapitanga.
Em português
O vento incentiva as folhas a se soltarem.
- Quem é você?
- Eu? Eu sou o que disse Francisco Ayala. “Todos os
heróis poéticos, carregados de uma significação transcendente, foram elaborados
a base de elementos que estavam aí, à disposição do poeta que devia
imprimir-lhes com seu gênio uma conformação definitiva”¹.
- Não nego. Até porque não lhe conheço o suficiente. Ainda!
Mas isso seria mais Benito do que você ou eu.
- O que não significa que não eu não possa... que nós
não possamos ser assim. E nós somos!
O vento incentiva as folhas se soltarem e conhecerem
o solo. Sentindo na pele o toque de Éolos, Lúcio diz:
- Isso é coisa do vento...
- O vento passa.
- Somos coisas que o vento leva?
- Oi!
- Benito! Que faz aqui?
- Falaram de mim.
- Você, personagem máxima de Rubem, é o único que
reflete a realidade, o homem atual que ultrapassa o tempo?
- Descreio disso.
- Eu também.
- Nós também, querido. Nós!
- Já que fui colocado aqui... Desejam algo?
- Eu quero. Ouvi falar de Macabéia². Gostaria que ela
estivesse aqui.
- Agora?
- Não, bobo. No nosso casamento.
- Casamento? Nosso?
- Por que o medo?
- Por que não o medo?
- É que sou uma explosão de nada.
- O nada explodindo gera universos.
- Mas eu sou esse nada ou um nada de nada?
- Ai! NÃO vou dizer que a tarde fosse azul³.
- Já foi dito...
- Digo que o nada em meu peito quer explodir. O
Universo veio do nada. Serei algo ou nada.
- Seremos! Seremos algo? Ou nada?
O vento incentiva as folhas se soltarem e a
conhecerem o solo. Se para fertilizarem ou se para correr o mundo é um
mistério, se não universal, desse cronto.
Nesta noite, não a noite que procedeu ao diálogo, mas
nesta noite Geraldo e Macabéia faltaram à casa do Zevaristo, mas foram com ele
à união civil de nossos heróis. Saíram de sua casa simples e prática levando
duas rosas brancas, uma para cada noivo.
O vento... Ah, o vento.
En español
El
viento incentiva a las hojas a soltaren
-
¿Quién es tú?
-
¿Yo? Soy lo que dijo Francisco Ayala. “Todos los héroes poéticos, cargados de
una significación transcendente, fueron elaborados a base de elementos que
estaban ya ahí, a la disposición del poeta que debía imprimirles con su genio
una conformación definitiva”¹.
- No
lo niego. Hasta porque no lo conozco el suficiente. ¡Aún! Pero eso sería más el
Benito do que tú o yo.
-
Sin embargo, no significa que yo no pueda… que no podamos ser así. ¡Y somos!
El
viento incentiva a las hojas a soltaren y conocieren el suelo. Sintiendo en la
piel el toque de Éolos, Lúcio dijo:
- Eso
es cosa del viento…
- El
viento pasa.
-
¿Somos cosas que el viento lleva?
-
¡Hola!
-
¡Benito! ¿Qué haces acá?
-
Hablaron de mí.
-
Tú, personaje máximo de Rubem, ¿es el único que refleje la realidad, el hombre
actual que ultrapasa el tiempo?
-
Descreo de eso.
- Yo
también.
-
Nosotros también, cariño. ¡Nosotros!
- Ya
que me han colocado acá… ¿Desean algo?
-
Quiero. Oí hablar de Macabéia². Me encantaría que ella estuviese acá.
-
¿Ahora?
-
No, tonto. En nuestro matrimonio.
-
¿Matrimonio? ¿Nuestro?
-
¿Por qué el miedo?
-
¿Por qué no el miedo?
- Es
que soy una explosión de nada.
- El
nada explosionando genera universos.
-
Pero, ¿soy ese nada o un nada de nada?
-
¡Ay! NO me voy a decir que la tarde fuese azul³.
- Ya
fue dicho...
-
Digo que el nada en mi pecho quiere explotar. El Universo veo del nada. Seré algo
o nada.
-
¡Seremos! ¿Seremos algo? ¿O nada?
El
viento incentiva a las hojas a soltaren y a conocieren el suelo. Si para
fertilizaren o si para corrieren el mundo es un misterio, si no universal, de
ese croento.
En
esa noche, no a la noche que procedió al diálogo, pero en esa noche Geraldo y
Macabéia no fueron a la casa de Zevaristo, pero fueron con él a la unión civil
de nuestros héroes. Salieron de su casa simple y práctica cargando dos rosas
blancas, una para cada prometido.
El
viento… Ah, el viento.
¹ AYALA,
Francisco. La Invención del Quijote. In Miguel de Cervantes. Don Quijote de la
Mancha. Madrid: Real Academia Española, 2015. Página L. Traducción libre de
Rubem Leite para portugués.
Para saber mais sobre Lúcio e Luís, leiam:
Escritor, poeta e crontista; professor de Português, Literatura e Artes.
Escreve ao Ad Substantiam semanalmente às quintas-feiras.
Cronto pensado e criado em 2009, mas o original se perdeu; então criei outra história entre a manhã de 24 e a madrugada de 28 de julho de 2016.
Contato: arterubemleite@gmail.com
Comentários
Postar um comentário